domingo, 4 de outubro de 2009

Resgatando a cidadânia


Mais do que um encontro de pesquisadores com o objetivo de apresentarem os resultados de seus trabalhos científicos, o V Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias, que ocorre em Belo Horizonte, é como afirmou a coordenadora do programa nacional de atenção integral à pessoa com doença falciforme do ministério da saúde, a médica Joyce Aragão, a consolidação do resgate da clandestinidade dos milhares de afro descendentes brasileiros, que sofrem dessa moléstia crônica. Por muitos anos, a anemia falciforme como é mais conhecida não passava, para a maioria de gestores do ministério da saúde de uma mitificação dos movimentos sociais ligados a grupos raciais, declarou Joyce.

Como resultado de 40 anos de luta desses grupos sociais e como mais uma das conseqüências do processo de democratização no país, a doença falciforme passou a ser tratada como uma questão de governo. Essa mudança de postura e a implantação pelo ministério da saúde, em 2001, através SUS do programa de atenção integral que inclui a triagem neonatal, o teste do pezinho, trouxe, como declarou a pesquisadora, a possibilidade de inclusão de uma parcela considerável da população.

Uma das explicações para a histórica dificuldade no desenvolvimento de políticas públicas de atendimento a essa população é sua a ocorrência limitada, principalmente, à população afro descendente.

A urgência na implantação dessas políticas se justifica no Brasil e no mundo pela ocorrência, ainda, de cêrca de 460.000 nascimentos em todo o mundo. Só no continente africano, 450.000. O que se reflete em casos como no Benin de 1 para cada 50 nascimentos.

A importância desse evento para a comunidade internacional é atestada pela inscrição de acadêmicos, pesquisadores, profissionais da saúde e familiares representando 24 países -África e Caribe - além, dos 25 estados e do distrito federal brasileiros.

O simpósio ocorre em entre os dias 04 e 07 de outubro no Minascentro, em Belo Horizonte.

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