A participação, como comentarista, da cineasta e jornalista Clarisse Alvarenga na última mostra de cinema da Estácio BH, brindou a todos os presentes, primeiro na seleção da obra a ser exibida, “Eu você e todos nós” e, em segundo, ao dividir com todos, como afirmou o professor Evaldo Magalhães, sua visão intensa e sua interpretação sensível do conteúdo do filme.
Sua escolha recaiu sobre uma obra cinematográfica que apresenta, ao espectador, uma alma lírica, que transporta um poema que exalta a transformação necessária e cíclica de cada um. O filme "Eu Você e todos Nós" possibilita um desfile de sentimentos cuidadosa e plasticamente montados, obra da diretora a artista plástica Miranda July, que felizmente contamina com seu olhar especial toda a montagem.
Apesar de seu orçamento reduzido e recursos técnicos limitados o filme mostra que falar de vida, de transformações e crescimento, de afeto e abandono e de realidades em fim, não são imprescindíveis os aparatos de efeitos e grandes tragédias, como as ameaças de se destruir o mundo.
A realidade como metáfora é o pano de fundo para o desdobramento do enredo e, para Clarisse, a obra é o compartilhamento da vivência e não existe melhor set que o nosso próprio mundo.
Arildo